itinerário canino (20)
— É um completo pervertido! É paparicado por todas as alcoviteiras e cafetinas do Mangue. Um chupador de manga de marca maior! – me disse entre gracejos e risotas.
Confidenciou-me que gostava de seguir o Foguete nas suas andanças e estripulias pela cidade e convidou-me a juntar-se a eles na aventura que aquela tarde de sol e calor prometia. Agradeci, mas preferia ficar ali sentado na escadaria do palácio da Aclamação, largado do mundo, quieto, sossegado, mudo, apenas observando o movimento silencioso dos barcos.
— Repara, seu Djalma – gritou já longe o cabo Peixoto. – O miserável não pára de balançar o rabo! Que pândego!
Dona Alice, dona Gertrude e Foguete na coleira (disfarçado de cachorro de madame).
2 Comments:
Djalmão, malandro carioca, talvez um terno branco e sapatos de verniz, com chapéu posto de lado, caminhando com violão meio Cassy Jones. Você parece um personagem saído dos romances de Lima Barreto e eu acho muito bom! Vou conhecendo dia após o dia o seu Rio de Janeiro malandro, distanciado do glamour do Champagne das novelas de Manoel Carlos, mas mais aproximado do Rio anos 30, tantas vezes pintado em sépia ou P&B na literatura brasileira mais marginal! Muito bom te ler, Djalmão!
Beijos,
abraço forte,
Jana
nunca mais atualizou, nego.
kisses
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