Onirodynia Trágica (11)
De noite na cama uma miríade de coisas estranhas e barulhentas passa pela minha cabeça, pelos meus olhos, pelos meus ouvidos: santo amaro, farmácia, guerra junqueiro, salvador, camisa listada, balão, você, triste verão, pedacinho de amor, ao romper da aurora, pandeiro, jacaré, uva, recenseamento, negra Josefina, a China, nobreza, pão de açúcar, noite azul, sinos da penha, janete, marcolina, boneca de pano, mangueira, verde e amerelo, retirada de laguna, cirandinha, arara, bola preta, folia, baile dos quarenta, Paraty, pão duro, triste verão, apendicite, flauta de bambu, batucada lá na praça Onze, canivete, operação, meu peignoir, minha sandália de veludo, rumba, fox-trote, uma melancia espedaçada e pisoteada, vísceras à mostra, cheiro de ovo gorado, vira-lata sarnento, dentadura no copo, dentes, dentes, dentes, caninos, molares, incisivos, olhos de vidro, morro do Corcovado, fundo de poço, guaraná com formicida e eu bem longe me acabando.
Soirée: definhando no paraíso.
2 Comments:
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